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Curiosidades literárias

Livros para desconectar

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Meu ano de descanso e relaxamento, de Ottessa Moshfegh

Ano 2000, Nova York, uma cidade cheia de possibilidades. A narradora não tem motivo para queixas: é jovem, bonita, trabalha numa galeria descolada, é dona de um belo apartamento e de uma herança polpuda. Mas traz um enorme vazio no peito. E não apenas pela morte dos pais ou de sua relação destrutiva com a melhor amiga. Durante um ano, ela passa a maior parte do tempo dormindo, embalada por uma combinação de remédios prescritos por uma psiquiatra inescrupulosa. O que pode estar tão errado? Delicado e carregado de humor ácido, este romance revela uma escritora inventiva e talentosa que nos convence de que a alienação, em tempos confusos como os nossos, pode ser razoável e mesmo necessária.

Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago

Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma “treva branca” que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas. O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar “a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”. José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti. Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: “uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”.

O Senhor dos anéis: A sociedade do anel, de J.R.R Tolkien

A Sociedade do Anel começa no Condado, a região rural do oeste da Terra-média onde vivem os diminutos e pacatos hobbits. Bilbo Bolseiro, um dos raros aventureiros desse povo, cujas peripécias foram contadas em O Hobbit, resolve ir embora do Condado e deixa sua considerável herança nas mãos de seu jovem parente Frodo. O mais importante legado de Bilbo é o anel mágico que costumava usar para se tornar invisível. No entanto, o mago Gandalf, companheiro de aventuras do velho hobbit, revela a Frodo que o objeto é o Um Anel, a raiz do poder demoníaco de Sauron, o Senhor Sombrio, que deseja escravizar todos os povos da Terra-média. A única maneira de eliminar a ameaça de Sauron é destruir o Um Anel nas entranhas da própria montanha de fogo onde foi forjado. A revelação faz com que Frodo e seus companheiros hobbits Sam, Merry e Pippin deixem a segurança do Condado e iniciem uma perigosa jornada rumo ao leste. Ao lado de representantes dos outros Povos Livres que resistem ao Senhor Sombrio, eles formam a Sociedade do Anel.

Os crimes ABC, de Agatha Christie

Ao receber uma carta em que o remetente se refere a si mesmo apenas como “ABC”, Hercule Poirot fica intrigado. Apesar de, a princípio, pensar que se trata de uma piada de mau gosto, ele teme pelo pior. E após o assassinato de Alice Ascher em Andover, as piores suspeitas do famoso detetive belga se concretizam. Com a ajuda do capitão Hastings e do inspetor-chefe Japp, Poirot corre contra o tempo para descobrir a identidade do misterioso assassino. Porém, sua maior dificuldade é que as vítimas nada têm em comum além do fato de o homicida seguir a ordem alfabética de seus nomes para escolhê-las. Um dos mais famosos livros de Agatha Christie, Os crimes ABC apresenta outro quebra-cabeça aparentemente impossível que somente as “células cinzentas” de Poirot são capazes de desvendar. Adaptada com maestria pela BBC, a série de televisão homônima conta com John Malkovich e Rupert Grint no elenco e será exibida no Brasil pela Globosat.

Do que é feita a maçã – Seis conversas sobre amor, culpa e outros prazeres, de Amós Oz

Com inteligência, erudição e bom humor característicos, Amós Oz fala de livros e autores, de inspiração e influência, de hábitos de escrita e sentimentos de culpa, de casamento e paternidade. A franqueza e o calor humano das conversas entre Amós Oz e sua editora Shira Hadad reunidas em Do que é feita a maçã permitem ao leitor acessar como nunca as dimensões mais sutis da sabedoria, da sensibilidade e do humor daquele que foi um dos maiores escritores de nossos tempos.

Moby Dick, de Herman Melville

Muitos livros em um, Moby Dick é considerado uma das obras mais importantes da literatura. Publicado em 1851, recebeu duras críticas da imprensa especializada, sendo “redescoberto” apenas no início do século XX, por meio das análises de escritores consagrados da época, como D. H Lawrence e W. H Auden. O clássico de Herman Melville é narrado por Ishmael, tripulante do baleeiro comandado pelo capitão Ahab, que, em sua última viagem, deseja capturar a grande baleia branca que no passado arrancou uma de suas pernas. A beleza e a complexidade de Moby Dick residem na forma como Melville consegue explorar com maestria os mais diversos gêneros literários, construindo ao mesmo tempo diálogos shakespearianos, descrições científicas precisas e reflexões filosóficas sobre o bem e o mal.

O jogo da amarelinha, de Julio Cortázar

“A verdade, a triste ou bela verdade, é que cada vez gosto menos de romances, da arte romanesca tal como é praticada nestes tempos. O que estou escrevendo agora será (se algum dia eu terminar) algo assim como um antirromance, uma tentativa de romper os moldes em que esse gênero está petrificado”, escreveu Julio Cortázar numa carta de 1959, quando iniciava a escrita do que viria a ser O jogo da amarelinha. Publicado em 1963, o relato de amor entre um intelectual argentino no exílio, Horacio Oliveira, e uma misteriosa uruguaia, a Maga, ao acaso das ruas e das pontes de Paris, é um marco da literatura do século vinte.

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