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Curiosidades literárias

Mês da Consciência Negra: 11 indicações de livros

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No mês da Consciência Negra, separamos 11 indicações de leitura nas quais você precisa mergulhar. A data marca o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1695. Ele defendeu, por anos, o Quilombo de Palmares de expedições que pretendiam escravizar novamente os negros que conseguiram fugir.

Clique e ouça ao episódio #17 Dia da Consciência Negra do podcast Papo de Livro

Veja as nossas recomendações:

Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, de Maya Angelou

Eu sei por que o pássaro canta na gaiola trata-se de um livro que reformula os pressupostos autobiográficos e produz uma narrativa que toca o leitor das mais diferentes formas. Guiados por Maya Angelou, acompanhamos a sua infância e juventude de segregação racial dos Estados Unidos do início do século XX. Como se pegasse pela nossa mão e nos convidasse a entrar em sua casa, a autora nos apresenta o seu despertar como mulher consciente da sua humanidade – e que acabou se tornando uma das artistas mais inspiradoras do seu tempo.

Mulheres, raça e classe, de Angela Davis

Mulheres, raça e classe, de Angela Davis, é uma obra fundamental para se entender as nuances das opressões. Começar o livro tratando da escravidão e de seus efeitos, da forma pela qual a mulher negra foi desumanizada, nos dá a dimensão da impossibilidade de se pensar um projeto de nação que desconsidere a centralidade da questão racial, já que as sociedades escravocratas foram fundadas no racismo. Além disso, a autora mostra a necessidade da não hierarquização das opressões, ou seja, o quanto é preciso considerar a intersecção de raça, classe e gênero para possibilitar um novo modelo de sociedade.

Lugar de fala, de Djamila Ribeiro

Com o objetivo de desmistificar o conceito de lugar de fala, Djamila Ribeiro contextualiza o indivíduo tido como universal numa sociedade cisheteropatriarcal eurocentrada, para que seja possível identificarmos as diversas vivências específicas e, assim, diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala.

O olho mais azul, de Toni Morrison

Romance de estréia da autora norte-americana, O olho mais azul narra a história de Pecola Breedlove, menina negra que sonha ter olhos azuis numa época em que o modelo de beleza é o da atriz branca Shirley Temple. A trajetória de Pecola culmina na devastação: aos doze anos, ela engravida, é forçada a deixar a escola e mergulha na loucura.

Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie

Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra. Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que deixou e na vida de seu companheiro de adolescência. Principal autora nigeriana de sua geração e uma das mais destacadas da cena literária internacional, Chimamanda Ngozi Adichie parte de uma história de amor para debater questões prementes e universais como imigração, preconceito racial e desigualdade de gênero.

Insubmissas lágrimas de mulheres, de Conceição Evaristo

O elo fundido com técnica literária irrepreensível e grande força de sentimentos apresentado em Insubmissas lágrimas de mulheres, livro de contos de Conceição Evaristo que se revela um retrato de solidariedade e afeição feminina, por tocar no que é essencial, no que move, no que aproxima e une mulheres e, em especial, mulheres negras. O livro é um retrato de sororidade negra, de uma aliança e empatia entre mulheres: uma narradora que visita cidades em busca de histórias encontra-se com as personagens que aceitam se contar, sem julgamentos prévios. E, assim, vemos transitar pelas páginas deste livro histórias de mulheres como as de Shirley Paixão, Aramides Florença e Natalina Soledad. A resignação não encontra espaço nas vivências das personagens de Insubmissas lágrimas de mulheres.

Se a rua Beale falasse, de James Baldwin

Lançado em 1974, o quinto romance de James Baldwin narra os esforços de Tish para provar a inocência de Fonny, seu noivo, preso injustamente. Tish tem dezenove anos quando descobre que está grávida de Fonny, de 22. A sólida história de amor dos dois é interrompida bruscamente quando o rapaz é acusado de ter estuprado uma porto-riquenha, embora não haja nenhuma prova que o incrimine. Convicta da honestidade do noivo, Tish mobiliza sua família e advogados na tentativa de libertá-lo da prisão. Se a rua Beale falasse é um romance comovente que tem o Harlem da década de 1970 como pano de fundo. Ao revelar as incertezas do futuro, a trama joga luz sobre o desespero, a tristeza e a esperança trazidos a reboque de uma sentença anunciada em um país onde a discriminação racial está profundamente arraigada no cotidiano.

Memórias da plantação, de Grada Kilomba

Memórias da plantação é uma compilação de episódios cotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo incisivo, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada(o) como Outra(o). Obra interdisciplinar, que combina teoria pós-colonial, estudos da branquitude, psicanálise, estudos de gênero, feminismo negro e narrativa poética, esta é uma reflexão essencial e inovadora para as práticas descoloniais.

O perigo de uma história única, de Chimamanda Ngozi Adichie

O que sabemos sobre outras pessoas? Como criamos a imagem que temos de cada povo? Nosso conhecimento é construído pelas histórias que escutamos, e quanto maior for o número de narrativas diversas, mais completa será nossa compreensão sobre determinado assunto. O perigo de uma história única é uma versão da primeira fala feita por Chimamanda no programa TED Talks, em 2009. Dez anos depois, o vídeo é um dos mais acessados da plataforma, com cerca de 18 milhões de visualizações.
Responsável por encantar o mundo com suas narrativas ficcionais, Chimamanda também se mostra uma excelente pensadora do mundo contemporâneo, construindo pontes para um entendimento mais profundo entre culturas.

Olhos d’água, de Conceição Evaristo

Em Olhos d’água, Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida?

Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus

O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem a este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.

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